Bonito, Mato Grosso do Sul
Bonito seria uma pacata cidadezinha do interior se, em meados dos anos 70, o peão de uma fazenda não tivesse descoberto um buraco no chão. Dentro do buraco de 72 metros de profundidade – batizado de abismo Anhumas – havia um imenso lago de águas cristalinas tomado por estalactites. Aos poucos, o tal buraco, a encantadora gruta da Lagoa Azul, as cachoeiras e os rios incrivelmente transparentes e repletos de peixes coloridos ganharam fama e infraestrutura turística, tornando a região, na década de 90, uma espécie de Disney ecológica.
Cavernas e quedas d´água transformaram-se em pano de fundo para a prática do rapel; as matas foram cortadas por trilhas planejadas e circuitos de arvorismo; e os rios – verdadeiros aquários naturais graças ao calcário das rochas que contornam os leitos – viraram cenários para mergulhos autônomos e livres. E assim deverá continuar para sempre.
Exemplar no quesito turismo sustentável, Bonito faz bonito quando o assunto é preservação e exploração da natureza de maneira responsável. Por questões ambientais, os passeios que levam a cachoeiras, grutas, trilhas e nascentes são obrigatoriamente acompanhados por guias locais credenciados.
Sem eles, é impossível curtir os atrativos – muitos recebem um número limitado de visitantes por dia e ficam dentro de propriedades particulares, sendo fundamental fazer reservas com antecedência nas agências da cidade.
A rígida fiscalização proibiu, por exemplo, o rapel no Buraco das Araras – o interior da fenda é abrigo de aves diversas -, além de uma séria de outras atividades, como a pesca nos rios da região. Todo o esforço é válido para conservar as belezas que tanta fama garantem ao lugar.
Paraíso dos aventureiros, Bonito reserva espaço também para quem quer apenas contemplar os santuários. Para esta turma há cavalgadas e passeios de bicicleta. E, por mais que a água seja fria, não há como se esquivar da flutuação, uma espécie de mergulho livre. Equipado com máscara, snorkel, roupas e botas de neoprene, basta soltar o corpo que a correnteza e a natureza se encarregam do resto: apresentar as magníficas e coloridas flora e fauna dos rios, que por tanto tempo ficaram isoladas pelo anonimato.
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